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Saiba quais são os 3 tipos de certificação de produtos orgânicos

A certificação de produtos orgânicos desempenha um papel fundamental ao garantir a conformidade com as normas legais e reforçar a confiança dos consumidores, aspectos que também se conectam à importância de uma gestão eficiente de documentos no setor.

A crescente procura por alimentos saudáveis e sustentáveis tem impulsionado o mercado de produtos orgânicos no Brasil. Com consumidores cada vez mais preocupados com a origem e o impacto dos alimentos que consomem, garantir a autenticidade desses produtos se torna essencial.

No Brasil, existem diferentes tipos de certificação, cada um com características próprias, voltados a atender perfis variados de produtores e formas de comercialização. Neste artigo, abordaremos os principais tipos e como eles funcionam, ajudando produtores e consumidores a entender suas particularidades e benefícios.

Por que a certificação de produtos orgânicos é importante?

A certificação é um processo essencial para garantir que um produto foi produzido de acordo com as normas técnicas e regulamentações específicas aplicáveis aos alimentos orgânicos. Trata-se de uma forma de assegurar ao consumidor que os métodos de cultivo, manejo e processamento seguem padrões rigorosos, priorizando a sustentabilidade e a ausência de insumos químicos prejudiciais.

No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é a principal autoridade responsável por regulamentar essas práticas, fiscalizando e validando os processos para garantir que os produtos comercializados como orgânicos realmente atendam às exigências legais e técnicas.

A certificação também habilita os produtores a utilizarem o selo SisOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica), uma marca oficial e amplamente reconhecida que identifica os produtos orgânicos no mercado. Esse selo é muito mais do que um requisito legal; ele representa um importante diferencial competitivo.

Ao visualizá-lo, os consumidores sentem-se mais confiantes na autenticidade e na qualidade do produto, o que fortalece sua credibilidade e pode ampliar as oportunidades de comercialização em mercados exigentes, tanto no Brasil quanto no exterior.

Tipos de certificação de produtos orgânicos

Os diferentes tipos de certificação de produtos orgânicos foram desenvolvidos para atender às diversas necessidades e condições dos produtores, garantindo a conformidade com as normas e a confiança dos consumidores. Cada modelo apresenta características, benefícios e desafios que se adequam a diferentes formas de produção e comercialização.

A seguir, conheça as principais modalidades dessa documentação no Brasil: auditoria, sistema participativo de garantia (SPG) e controle social na venda direta, entendendo como cada um funciona e pode contribuir para a valorização dos produtos orgânicos no mercado.

Certificação por auditoria

A certificação por auditoria é conduzida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que inspecionam todas as fases da produção – processo amplamente reconhecido por sua rigorosidade, englobando a análise de documentos, visitas técnicas aos locais de produção e entrevistas com os produtores, avaliando devidamente cada aspecto da conformidade orgânica.

Para obter essa certificação, os produtores precisam atender a uma série de requisitos, como a conformidade com as normas brasileiras de produção orgânica (desde o manejo do solo até o controle de pragas); a implementação de boas práticas agrícolas de sustentabilidade e à segurança alimentar; e o registro de todas as atividades realizadas na propriedade, permitindo rastreabilidade e transparência.

Essa certificação é especialmente indicada para produtores que têm como objetivo acessar mercados mais amplos e exigentes, como grandes redes de varejo e exportação. O selo SisOrg, associado à certificação por auditoria, valoriza o produto, consolidando a confiança dos consumidores, que reconhecem o selo como um símbolo de qualidade e credibilidade.

Por outro lado, os custos associados à auditoria podem ser um desafio, especialmente para pequenos produtores, que podem enfrentar dificuldades financeiras para arcar com o processo. A certificação também exige um nível elevado de organização e um sistema robusto de registro e transparência, o que pode demandar investimento adicional em treinamento e infraestrutura.

Apesar desses desafios, o benefício de acessar mercados mais lucrativos e construir uma reputação sólida no setor orgânico frequentemente compensa os esforços envolvidos.

Sistema participativo de garantia (SPG)

O Sistema Participativo de Garantia (SPG) apresenta-se como uma alternativa mais acessível e colaborativa para a certificação de produtos orgânicos. Essa abordagem inovadora reúne produtores, técnicos e consumidores em uma dinâmica participativa de avaliação conjunta e contínua da conformidade orgânica, substituindo auditorias externas formais.

O funcionamento dos grupos de SPG baseia-se na realização de reuniões periódicas, que servem como espaços para discussão de práticas agrícolas, compartilhamento de conhecimentos e planejamento de inspeções mútuas.

Nessas ocasiões, os membros avaliam coletivamente o cumprimento das normas e ajudam a implementar melhorias, fortalecendo o senso de comunidade e a colaboração entre os participantes. O compromisso é mútuo: todos os integrantes do sistema devem garantir que as normas estabelecidas sejam seguidas, reforçando a confiança no processo.

Entre os benefícios mais evidentes do SPG está o custo reduzido em relação à certificação por auditoria, tornando-o uma opção viável para pequenos e médios produtores que enfrentam limitações financeiras. O modelo fortalece comunidades locais, incentivando a troca de experiências e o apoio mútuo entre os produtores. 

Outro ponto positivo é a possibilidade de utilizar o selo SisOrg, conferindo aos produtos uma credibilidade adicional no mercado.

No entanto, essa modalidade de certificação também apresenta desafios. O sucesso do SPG depende do comprometimento coletivo e do engajamento ativo de todos os membros, o que exige tempo, esforço e organização. A coordenação das atividades do grupo pode demandar maior dedicação para garantir que o sistema funcione de forma eficiente e que os padrões sejam mantidos.

Apesar dessas exigências, o SPG continua sendo uma solução atrativa, especialmente para aqueles que valorizam a colaboração e a construção de redes locais de confiança e sustentabilidade.

Controle social na venda direta

O controle social na venda direta é uma alternativa destinada exclusivamente a agricultores familiares que comercializam seus produtos diretamente ao consumidor final. Nesse modelo, não é necessário utilizar o selo SisOrg, mas o produtor deve estar cadastrado em uma Organização de Controle Social (OCS), responsável por garantir o cumprimento das normas de produção orgânica.

Os produtores cadastrados em uma OCS precisam manter registros das práticas de cultivo e permitir visitas de consumidores ou técnicos interessados em verificar a conformidade orgânica. A OCS, por sua vez, deve enviar relatórios periódicos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para monitoramento e validação das atividades.

Essa modalidade apresenta a vantagem de ter um custo praticamente inexistente, tornando-se uma opção acessível para pequenos agricultores familiares. É especialmente adequada para produtores que vendem seus produtos em feiras, mercados locais ou diretamente na propriedade, onde há maior proximidade com o consumidor.

Mesmo representando uma alternativa eficiente para fortalecer a agricultura familiar e facilitar o acesso a alimentos orgânicos em mercados locais, a ausência do selo SisOrg pode limitar a percepção de valor dos produtos em mercados mais amplos. Ademais, a venda restrita a transações diretas entre o produtor e o consumidor pode limitar as oportunidades de expansão para outros canais de comercialização.

Como escolher o tipo de certificação mais adequado?

Os diferentes tipos de certificação de produtos orgânicos atendem a perfis variados de produtores, sendo fundamental escolher o modelo que melhor se adapte às suas necessidades e objetivos. Um dos fatores a ser considerado é o tamanho da produção.

Pequenos produtores, que geralmente possuem recursos mais limitados, podem optar pelo controle social na venda direta ou pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG), soluções mais acessíveis e voltadas para comercialização local.

Já propriedades maiores, que buscam atender mercados mais amplos, como redes de varejo e exportação, frequentemente necessitam da certificação por auditoria, que é mais rigorosa e reconhecida internacionalmente.

Outro aspecto relevante é a forma de comercialização. Produtos destinados a grandes redes ou exportação geralmente exigem o selo SisOrg, que pode ser obtido tanto por meio da certificação por auditoria quanto pelo SPG. Esse selo agrega valor ao produto e é um diferencial importante em mercados competitivos.

Por fim, é essencial avaliar a disponibilidade de recursos, pois cada modelo apresenta custos e exigências de implementação distintos. Enquanto o controle social na venda direta é praticamente gratuito, a certificação por auditoria demanda maior investimento financeiro e organizacional, sendo mais adequada a quem possui estrutura suficiente para atender às suas exigências.

Certificação de produtos orgânicos: um passo essencial para a sustentabilidade

A certificação de produtos orgânicos vai muito além de ser apenas um requisito legal; ela reflete o compromisso do produtor com a qualidade, a sustentabilidade e a transparência, valores essenciais para atender à crescente demanda por alimentos saudáveis e ambientalmente responsáveis.

Através desse processo, os produtores demonstram sua conformidade com as normas, assegurando que suas práticas agrícolas sejam realizadas de forma ética e respeitosa ao meio ambiente.

Cada modelo de certificação — seja por auditoria, sistema participativo ou controle social — oferece alternativas viáveis para produtores de diferentes portes, desde pequenos agricultores familiares até grandes propriedades, permitindo que todos tenham acesso ao mercado orgânico em expansão.

Compreender as diferenças entre as opções é a chave para escolher qual se adequa ao seu perfil, tamanho de produção e necessidades específicas do mercado-alvo – estratégia que fortalece a posição do produtor no mercado, garantindo que os produtos orgânicos cheguem aos consumidores com um selo de qualidade e a certeza de que estão adquirindo produtos genuínos.

Com isso, é possível construir uma relação de confiança duradoura entre produtores e consumidores, alicerçada na transparência e no compromisso com práticas agrícolas responsáveis.

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